Ser Mãe sem Mãe - II




Há quatro anos atrás perdi meus pais de uma forma um tanto quanto trágica, na época escrevi um texto sobre a minha percepção de como seria ser mãe sem mãe.
Hoje quatro anos após me vejo novamente neste momento de análise sobre a criação dos filhos sem o suporte daquela que me gerou e educou.

Por mais que os anos passem nunca me acostumo com a condição de ser órfã, sei que parece uma afirmação pesada, mas essa é a verdade. A dor e a saudade não passam nunca, elas apenas se amenizam.

Vamos pensando menos na pessoa, falando menos sobre ela, tentando evitar tudo o que nos traga recordações fortes.

Sei que vários de vocês já perderam alguém muito querido, muitos ainda também perderam a mãe, eu perdi a minha em um momento muito delicado da minha vida pois meu filho tinha seis meses.

Não te-la ao meu lado para compartilhar os momento especial foi e é muito difícil.

Ela era uma mulher forte e independente, com um carreira bem desenvolvida e bem sucedida, nunca foi uma mulher "do lar". Essa personalidade peculiar me influenciou muito na mulher que me tornei hoje, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.

Com ela aprendi a ser focada nos meus objetivos, investir na minha formação e carreira, aprendi a ser destemida e nunca me contentar com a mediocridade. Com sua vivencia também aprendi que estar na presente na vida do Arthur era fundamental, pois vejo essa lacuna na minha infância e o quanto essa ausência afeta o desenvolvimento da psique infantil. 

Ela não seria a primeira pessoa que eu ligaria para perguntar como cuidar de cólica ou de uma febre do bebe, mas com toda certeza seria a primeira pessoa que eu ligaria para contar das primeiras palavras, dos primeiros passinhos, do primeiro dia de aula.

Ser mãe sem mãe, é viver nossos melhores momentos sem ter a melhor amiga para compartilhar.

Por mais que o conselho da sua mãe lhe parece obsoleto, não descarte esse conhecimento, se sua mãe lhe ajuda com seu filho valorize este gesto.

As vezes o que queremos não é realmente um conselho, queremos apenas desabafar com alguém que nos ama incondicionalmente, a minha era aquela pessoa com quem eu falava todos os dias, dividia medos e anseios, reclamava da vida, da balança, do cabelo revoltado, chorava as angustias e terminava a ligação como se tudo fosse se resolver facilmente, apenas porque ela me acalmava e me fazia ver que tudo no fim se acertada.

Agora não há tenho aqui, então cara amiga se você ainda tem sua mãe por perto, por mais que as vezes ela possa lhe deixar com os cabelos em pé, agradeça, diga que a AMA muito.

Valorize-a, antes que a vida lhe ensine a amar o que você tinha.




3 comentários:

  1. Sei muito bem como é isso!!!! Mas Deus nos dá muita força amiga! Elas estão sempre conosco.

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  2. Camilla que texto tocante,me emocionei..
    Sei como è triste,minha mãe morreu quando eu estava gravida de 6 meses e não ter ela pra compartilhar tudo atè hoje è uma tristeza sem fim :(
    Deus nos de força!
    Beijo
    http://www.simplesedoce.com.br/

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  3. Nem imagino Camilla e, me lembro desse momento quando ainda só te conhecia por aqui...a força vem de Deus, essa que você tem tido to esse tempo...

    Super beijo!

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