Inspirada no texto do
Coisas da Lara, me peguei refletindo esta semana sobre a mãe que eu quero ser para o Arthur e como ele se lembrará da sua infância.
Para começar essa reflexão comecei la no fundo do baú...no motivo desta minha preocupação, a minha própria infância... Eu sei que os tempos eram outros, que as dificuldades financeiras eram grandes, eu morava em uma cidade pequena e isso talvez disfarçou um pouco a falta de atenção paterna que eu tinha... não consegui lembrar de nenhum momento em que meus pais estivessem brincando comigo, que seja jogando bola, de boneca, de faz de conta, ou qualquer outra coisa, minha mãe quando tinha tempo pois tinha dois empregos, fazia faculdade e ainda tinha que lidar com uma doença até então pouco conhecida - Síndrome do Panico- lia algumas histórias para mim, mas pra falar a verdade eu cansei de esperar e comecei a ler meus livros sozinhas e tomei gosto, lia muito, muito mesmo, mais do que o normal para uma criança...li quase toda coleção Vaga-lume, gibis, minha conta na biblioteca da cidade era gigante...
Minha mãe até tentava, mas não conseguiu... Mas meu pai então esse nem tentou, perto de nós ele estava sempre irritado, como se sempre estivéssemos incomodando, toda vez que ele se aproximava de mim eu já pensava ai MeuDeusOqueeuFizdessaVez....
Ele não participava de nada da minha vida, não foi a minha formatura do Pré-escolar, não ia as apresentações de final de ano, nem dia dos Pais na escola, NUNCA olhou meu boletim ou foi a uma reunião de Pais e Mestres....#DESABAFO
Eu era uma criança muito comunicativa, adorava dançar, cantar, atuar, aparecer....e acho que já fazia isso tentando chamar a atenção deles, adorava quando as pessoas iam me elogiar para minha mãe de como eu era uma boa aluna, sempre com ótimas notas, como meus trabalhos eram bem feitos, em tudo eu me esforçava para ser a MELHOR para eles me notarem.
Mas dessa vez o lema EU VOU FAZER TUDO DIFERENTE vai funcionar aqui em casa, eu quero ser uma mãe presente, vou brincar com meu filho, inventar, passear, jogar bola, me sujar de terra, andar de bicicleta juntos, ir para piscina, rio, cachoeira, acampar...
Muitos colegas de serviço falam que eu não vou aguentar trabalhar de noite e cuidar dele, que eu deveria logo coloca-lo na creche e voltar a trabalhar de dia...Não...enquanto eu tiver forçar eu vou ficar com ele durante o dia, pelo menos até ele passar essa fase da dependência, quero mais que ele vá para escola para fazer amigos do que para me dar folga, já que onde eu moro não tem crianças por perto para ele brincar.
Decidi ter filhos porque eu QUERO ser MÃE, não porque a sociedade manda, ou porque eu já estava ficando velha, ou outra desculpa, eu decidi!!!
Vou criar o Arthur com muito muito muito AMOR, ATENÇÃO, EDUCAÇÃO e graças a Deus que tenho um marido que pensa assim como eu, que adora brincar com as crianças, vejo isso pelos sobrinhos dele que são apaixonados porque o tio adora brincar...
O que eu quero principalmente filho é que quando você estiver grande se lembre com alegria da sua infância e cresça com segurança e apoio pois você tem uma família que te amou e te esperou desde sua concepção....TE AMO!!