Medo de amar demais.


Sofro com minhas contradições maternais. ou melhor, com minhas contradições por ser maternal.
Os livros instruem e estragam.
será a ignorância uma benção ou uma maldição?
Antes de engravidar eu lia muito sobre gravidez, bebês, crianças, pela minha profissão lidei com muitos bebes, ajudei muitos a nascer, vi mulheres corajosas e idealizei muitas coisas maravilhosas: queria um parto natural, fraldas de pano, bebe no sling e cama compartilhada
Queria toda essa maravilhosidade da maternidade natureba que lê-se por aí.
A chupeta contra a qual eu lutava entrou pra rotina e, falando nisso, a tal rotina veio não sei se pra me ajudar ou estragar tudo de vez. Tentei amamentar na livre demanda mas fiquei com medo de “estragar” meu filho com tanto peito e colo.
Sabe como eu queria mesmo criar o Arthur?

Grudado em mim o dia inteiro, ora no peito, ora no sling e na hora de dormir, juntinho comigo na cama (como fazemos em algumas manhãs).
Lendo sobre cama compartilhada vi os benefícios que isso traz à auto-estima da criança, aos hormônios de ambos e à criação de laços afetivos, mas se ele dorme na nossa cama, quem não dorme somos nós.
Li sobre as chupetas e que a quantidade de malefícios supera e muito os benefícios da mardita.
Li sobre tudo de bom que é amamentar em livre demanda, mas eu sofro com ela porque não consigo mais nem almoçar em paz. ou melhor, não consigo mais almoçar nada.
Aí me dizem o que eu mesma sempre disse: siga sua intuição.
pra falar a verdade eu sei BEM o que a minha intuição está me dizendo, mas eu tenho medo. medo de criar um filho totalmente dependente de mim, medo do que os outros vão dizer, medo de ter um filho mimado ou sei lá do que mais tenho medo.
Mas no fundo no fundo, acho que é medo de me apaixonar mais ainda por esse pequeno bichinho de goiaba e de ficar totalmente entregue às suas vontades.
Isso porque eu sempre quis ter o controle de tudo e viver às custas dos filhos é perder totalmente o domínio da situação.
As pessoas são cheias de traumas e muitas vezes (quase sempre) te aconselham baseadas em suas próprias experiências de vida não que elas queiram ver seu mal, ao contrário: muitas vezes querem evitar que você passe pelo mesmo sofrimento delas.
Pessoas que passaram pelo divórcio geralmente te aconselharão a ter sua vida paralela, a não se doar por inteiro para, no caso de seu casamento não dar certo, você não ficar completamente desnorteado.
quem não conseguiu alcançar a tal carreira almejada por falta de instrução vai te aconselhar a estudar, fazer faculdade, especialização, concurso público e o escambau pra você nunca ficar sem emprego.
pais que sofreram por terem doado-se ao máximo por seus filhos sem nunca receberem o reconhecimento devido te ensinarão que os filhos um dia irão deixar seu ninho, os pais ficarão sozinhos e sua vida há de continuar.
e daí por diante.
De fato, todos os conselhos acima são super válidos e legítimos dentro da vivência e equilíbrio de cada um, mas não precisam necessariamente fazer parte da minha ou da sua vida.
afinal, cada um é cada um né?
Mas por outro lado fico imaginando se eu conseguirei conciliar esta idealização com o o estilo real de vida que levo. sera possível?
Daqui um ano respondo para vcs...
Ps. Meu marido sempre diz, ache o equilíbrio, o mental, o espiritual, financeiro.... com os filhos vejo que é a mesma batalha, nada de levar a ferro e fogo o que dizem as literaturas, todas são muitos extremistas e impessoais, o melhor pediatra do seu filho é vc, que está com ele todos os dias e sabe das suas necessidades, mulheres usem seus sexto sentido e confiem e aproveitem porque passa rápido demais...
Tentei utilizar a rotina da encantadora de bebes, que foi por água a baixo, essa historia de horário para mamar, dormir sozinho no berço não rolou mesmo aqui em casa e não foi por falta de tentativa, mas o Arthur adora dormir na minha cama, sentindo meu cheirinho, ele pega no sono em menos de 10 min aí é só coloca-lo no berço e vualá, ele vai dormir até as 4 horas da manhã...que delícia....

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